sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Comentários do professore Airton de Farias

Comentários do Prof. Airton de Farias

Parabéns ao jovem e talentoso Erico Firmo por sua coluna no O Povo de 3/8/11. Isso que é jornalismo: ouvir os vários lados de um episódio. O jornalista "gastou" toda sua coluna falando da educação pública, valorizando um tema tão esquecido e incompreendido não raraz vezes. Baseado na coluna, iremos fazer agora um contraponto ao que foi dito pela secretária de educação Izolda Cela. A decisão do STF é sim, obrigatória para os estados que promoveram a ação no STF, como o Ceará. Os demais estados é que não são vinculados. Assim, o Ceará tem de cumprir a Lei do Piso e o 1/3 dos professores para planejamento. Dizer que o Estado nao tem tempo chega a ser hilário, pois a decisão do STF foi de abril. A Secretária Izolda ler jornais? O que temos é um governo descumprindo a mais alta corte do Judiciário brasileiro, numa afronta ao Estado democrático de Direito.
A secretária diz que há limitações orçamentarias. Ora, o governo Federal disponibiliza dinheiro para pagar o piso dos professores nos estados. O que os estados têm de fazer é provar que não possuem recursos, abrindo suas contas. Aí que está o problema.
Se abertas as contas, ficaria provado que os Estados têm recursos para pagar o piso e que constantemente desviam dinheiro da educação para outros fins.
Então, o govenador Cid Gomes e a secretária Izolda têm o dever moral de abrir as contas da educação cearense para mostrar se há ou não recursos.

A secretária Izolda diz que o atual Plano de Cargos e Carreira dos professores usa como critério para a ascensão funcional a apenas a titulação. Não é verdade. A ascensão também é por tempo trabalho.

O professor pode ser submetido a qualquer fiscalização a qualquer momento, caso falte, etc. Se o governo não faz essa fiscalização, aí é outra questão.

Izolda fala de "meritocracia" como instrumento de ascensão usada em Estados como Rio Grande do Sul e São Paulo. Lá foi um fiasco. Aqui também será.

Não que os professpres temam ser avaliados. No fundo, a tal "meritocracia" só serviu para fisiologismo e achatamento salarial.

Os apadrinhados pelas direções das escolas eram privilegiados e os governos estipulavam metas absurdas para não aumentar o salário dos professores.

O que é "mérito"? Para muita gente, são números. Ora, as escolas criam números artificiais. Todos os alunos passam de ano, mas o aprendizado... Temos alunos do 3 ano do ensino médio, acreditem senhores, que NÃO SABEM LER NEM SOMAR! Isso é um absurdo!!!!

Não se pode analisar educação apenas por números. Isso qualquer calouro de pedagogia sabe. a Professora Izolda "esqueceu" essa lição dos tempos de faculdade...

A secetária diz que os professores terão ganhos no futuro. Desafio a secretária Izolda a mostrar um único ganho.
A proposta do governo desmotiva ainda mais uma categoria já demotivada, alvo de escolas sem estrutura, salas superlotadas e com violência.

Izolda diz valorizar os professores em começo de carreira e os temporarios. Qual valorização terão os primeiros, se sua carreira está destruída em termos de ascensão funcional? Ao desprezar a qualificação futura dos professores e pelas palavras da secretaria, o governo entende que o "bom" professor é aquele que nao falta e fica em sala "pastorando" os alunos.

Quanto aos professores temporários, estes são explorados e humilhados pelo governo. Passam meses sem receber salários e são coagidos pela SEDUC constantemente, num verdadeiro clima de terror. Aliás, o Servidor público temporário está "quebrando" a previdência estadual, ante o silêncio da opinião pública. Daí os rombos constantes, como o próprio governo alerta pela imprensa.

Nao tenham dúvidas, senhores, que se aprovada a "proposta" do governo Cid, a educação cearense mergulhará no caos.

Atenciosamente
Airton de Farias
Professor e Historiador

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