sexta-feira, 29 de julho de 2011

ANALISEM A PROPOSTA DO GOVERNO DO CEARÁ

Professores: proposta do Governo prevê elevação de até 60%
( Esta manchete também foi publicada nos jornais locais. Quem não conhece a realidade, pode até pensar: O Cid é um santo!)

O governador Cid Gomes se reuniu na noite desta quinta-feira (28) com representantes dos professores para apresentar uma proposta para a categoria. A proposta feita em conjunto pela Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag), Secretaria da Educação (Seduc) e Secretaria da Fazenda (Sefaz) eleva em 45% a remuneração (base+regência) do professor em início de carreira com nível superior, em relação a 2010. Ou seja, aumenta de R$ 1.461,50 para R$ 2.000,00. Já para os professores temporários, a nova proposta combinada à lei que recentemente equiparou a remuneração ao nível 13, representará um incremento de até 60%.
Com a medida o Estado beneficia 15 mil professores concursados e temporários. O Ceará, portanto, salta de 23º para 15º maior salário entre os Estados do Brasil. A lei será enviada à Assembléia já na semana que vem, quando iniciam os trabalhos legislativos.
"A proposta do Estado melhora significativamente os salários de quem está no início de carreira e deixa os professores temporários também equiparados. Isso também dá condições, para os que estão há mais tempo, de terem mais perspectivas com relação às remunerações futuras", disse o Governador.

Coordenaria de Imprensa do Governo do Estado
Casa Civil ( comunicacao@casacivil.ce.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. - 85 3466.4898)/28.07.2011
FONTE:www.ceara.gov.br/component/content/article/3889/3889

" Esta última fala é impresionante: - Isso também dá condições, para os que estão há mais tempo, de terem mais perspectivas com relação às remunerações futuras.
O QUE SIGNIFICA ISSO?
... terem mais perspectivas! Isso é piada? Não, é desrespeito mesmo. 
... futuras remunerações... - Que futuro é esse? Quando é este futuro?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

PROFESSORES DO CEARÁ RECBEM O 5º PIOR SALÁRIO DO BRASIL

Leiam esta notícia publicada no Jornal O Povo e no Diário do Nordeste
É uma triste realidade. Deveria causar indgnação e repulsa de toda a sociedade.

Categoria está em estado de greve desde o último dia 30. Para pressionar, educadores fazem vigília sexta-feira
O Ceará está ocupando a 23ª posição no ranking das remunerações pagas aos professores estaduais, tendo assim o quinto pior salário do País recebido pelo magistrados licenciados, com jornada de 40 horas-aula semanais e em início de carreira. O Estado está à frente apenas da Paraíba, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Enquanto um servidor de Roraima ganha R$ 4.047,49 - a maior remuneração do País - no Ceará o valor cai bastante, sobrando apenas R$ 1.461,51 na folha de pagamento no fim do mês. Uma diferença de R$ 2.585. A hora aula no Estado é R$ 7,31, três vezes menor que os R$ 20,24 pagos em Roraima.

Estes e outros dados foram divulgados ontem por um estudo feito pelo Sindicato dos Professores no Estado do Ceará (Apeoc). A categoria está em estado de greve desde o último dia 30 e promete fazer uma vigília, na próxima sexta-feira, no Palácio do Governo, durante apresentação de proposta salarial em rodada de negociação com o governador Cid Gomes.

"A regularidade ou não das aulas do segundo semestre está nas mãos de Cid Gomes", diz o presidente da Apeoc, Anísio Melo. Uma nova assembleia geral da categoria está marcada para o próximo dia 1º de agosto.

Para Melo, a desvalorização tem sido constante. O professor, segundo ele, chegou a ganhar dez salários mínimos nos anos 1980, hoje recebe 2,68 salários. Conforme o estudo, o Maranhão, 3º no ranking geral e 1º do Nordeste, paga R$ 3.263,38, mais de cinco salários mínimos.

"Queremos a aplicação do piso nacional e implicação dele na carreira. O Estado tem como pagar melhor, tem que rever esta precarização salarial. É uma grande vergonha", cita o vice-presidente Reginaldo Pinheiro. Ele destaca também a redução nas aplicações gerais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). "Os investimentos do Fundeb só têm caído. Em 2009 o Ceará aplicou 64% do total disponível para pagamento dos magistrados. Em 2010 ficou só em 62%", ressalta.

Sobre estes resultados, a Secretaria de Educação do Ceará (Seduc) informa que só irá se pronunciar após recebimento e análise dos dados. Ressalta, ainda, que já vem oferecendo benefícios, entre eles: implantação da aposentadoria, progressão horizontal, equiparação salarial entre professor efetivos e temporários, antecipação do pagamento de 50% do 13º, apresentação de proposta de lei para financiamento de um computador para cada educador e estudo das propostas de Cargos, Carreiras e Remunerações.

Esperamos que o sindicado Apeoc, realmente convoque a categoria para uma grande paralização. Esperamos que o governador mostre dignidade e espírito público. Educadores merecem respeito e não esmolas.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

PROFESSORA RECUSA PREMIAÇÃO

É difícil resistir aos holofotes, a fama. Parabéns a professora por atitude tão digna.
Leia, por gentileza.


Nesta segunda,o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai entregar o prêmio "Brasileiros de Valor 2011". O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio. Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra. Espero que a carta sirva para debatermos a privatização do ensino e o papel de organizações e campanhas que se dizem "amigas da escola".
Amanda
Natal, 02 de julho de 2011
Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,
Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.
Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald's, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.
A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.
Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.
Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.
Saudações,
Professora Amanda Gurgel

domingo, 3 de julho de 2011

Por uma Educação Pública de qualidade

A educação é a base que sustenta a sociedade, é o ponto de partida para um novo Brasil, onde homens e mulheres poderão viver de forma digna. Mas a partir do momento em que os governos passam a desrespeitar os grandes mestres da educação, os professores, eles passam também a restringir um direito de todos, previsto na Constituição Brasileira no Artigo 205.
E é exatamente isso que vem acontecendo com os nossos professores, que hoje se encontram em estado de greve, não por irresponsabilidade ou por não querer trabalhar, pelo contrário, o que eles querem é poder continuar a trabalhar a de forma digna e que seus direitos, como: o piso salarial, já aprovado pelo STF, seja pago; que o plano de cargos e carreiras, seja de fato cumprido; que haja redução na jornada de trabalho; entre tantas outras reivindicações, sejam devidamente respeitadas e de forma integral.
É um absurdo que professores sejam tratados como escravos, já que é dessa forma que eles trabalham, muitos deles tem turmas nos turnos manhã, tarde e noite, levando provas e trabalhos para serem corrigidos em casa, professores devem ser tratados da melhor forma possível, uma vez que o  presente e o futuro do país está em suas mãos. São poucos os jovens que ainda desejam seguir o caminho do magistério, se hoje existe tamanha defasagem na educação pública, imaginemos como será daqui a alguns anos, teremos um número suficiente de professores? Esses darão conta desse desafio, que é educar? Se o Brasil, o Ceará,  continuar a tratá-los dessa forma, pelo jeito não!
Existe uma frase, muito conhecida, que diz assim: “As crianças são o futuro da nação”, mas se pararmos para pensar, um pouco que seja, nessa frase, sem uma educação pública de qualidade, que futuro terá nosso Brasil? Ao invés de caminharmos rumo ao tão falado desenvolvimento, entraremos para o ranking dos países mais pobres do mundo, pode parecer exagero, mas veja que sem uma boa formação, nosso país crescerá na informalidade, com pessoas sem empregos de qualidade e vivendo cada vez mais na miséria, e assim os problemas do Brasil só crescem.
E sabe por que o nosso querido Brasil e mais ainda nosso Ceará, supostamente, não tem dinheiro para a educação pública? Por que as pessoas que nós mesmos elegemos, cortam as verbas destinadas à educação e investem na construção, por exemplo, de um aquário ou nas obras da Copa de 2014 ou o que é ainda pior: aumentam absurdamente seus salários quando e bem estendem, e é isso o que mais me revolta, ver que deputados e vereadores que trabalham muito pouco, isso quando trabalham, recebem o equivalente mais a vinte salários mínimos e que classes de trabalhadores, como os professores, recebem muito pouco por muito trabalho e ainda tem que estar constantemente em alerta para garantir seus direitos.
Assim, é importante ressaltar que nossa luta (nossa, por que me incluo totalmente na luta desses, que são dignos de todo o meu respeito e admiração), é não só pela valorização dos professores, mas também da educação pública, para que essa receba os devidos investimentos.
Mas em meio a toda essa situação deprimente, existem coisas que ainda me deixam extremamente feliz, como as manifestações realizadas por estudantes e professores, da EEM Gov. Adauto Bezerra, em uma delas, sem distinção de cargos ou posições, toda a comunidade escolar se uniu para lutar por uma educação publica de qualidade, e o melhor de tudo foi ver o envolvimento e a garra dos estudantes que saíram à rua para a l Marcha Pela Valorização da Educação Publica, foi bastante prazeroso poder participar do momento, em que juntos estudantes e professores, em plena consciência do que faziam, caminhavam pela Avenida 13 de Maio cantando palavras de ordem, panfletando e demonstrando seu apoio à causa, tudo isso, durante uma chuva forte que caia e só fazia com que todos se empenhassem cada vez mais. Nesse dia pude ter certeza que os jovens, ao contrário do que muitos dizem, ainda sabem o que querem para o seu presente e futuro, lutam pelo que acreditam e vão em busca de seus direitos.
Por tudo isso, escrevo hoje essas palavras, cheia de alegria e emoção por ser estudante da Rede de Ensino Público do Estado do Ceará, e desejo que elas cheguem a todos, professores e estudantes, pais e mães, homens e mulheres de toda sociedade, mas principalmente aos que ainda desconhecem e descaso com a educação pública, àquelas que ainda abrem a boca para dizer que os professores não trabalham por que não querem, que as crianças estão passando fome por que estão sem aula e  ainda para os que ousam dizem que os estudantes perdem tempo apoiando os professores, para esses, saibam que perca de tempo é ficar de braços cruzados em frente a uma televisão, que sempre ou quase sempre, só mostra a versão dos poderosos, perca de tempo maior ainda é ficar calado diante das injustiças que assolam esse país, ao mesmo tempo tão rico e tão pobre. Enquanto puder lutarei e estarei ao lado daqueles que realmente merecem.

Francisca Evelyne Carneiro Lima

sexta-feira, 1 de julho de 2011

DESCULPAS DO GOVERNO

Infelizmente não foi dessa vez que o governo apresentou uma proposta que atendesse a comunidade docente do nosso estado, segundo as desculpas do representante do executivo que recebeu o sindicato APEOC e demais professores que adentraram naquele auditório foi a seguinte: "a responsabilidade de resolver os problemas da educação caiu de paraquedas para esse governo". É como se os governos passados do outro irmão (Ciro Gomes) e do Sr. Tasso Jereissat não fosse responsável pelo caos que chegou a situação das condições de trabalhos dos professores do Estado do Ceará, governos estes que ao longo dos anos retirou vários direitos conquistados com muita luta e realização de trabalhos significativos dos professores para os alunos das escolas públicas. Na verdade o discurso que o governo usa e passa para a população é que os professores estão cobrando algo impossível de se resolver, é como se o estado não tivesse nenhuma condição de cumprir uma lei que os obriga a pagar um simples piso salarial, talvez por não acreditar que um salário melhor ajude a fortalecer a qualidade da educação? ou quem sabe por achar que já se tem gasto demais com educação? a primeira opção acredito não seja a mais oportuna e a segunda é o discurso mais utilizado pelos nossos representantes do executivo. O que nos chama mais atenção é o fato de nunca se gastar os percentuais que devem ser gastos com educação segundo a constituição da república especificado pela lei de diretrizes e bases da educação - LDB. Portanto, vontade política de um governo que se diz socialista é o que cabe nesse momento, falta um olhar positivo para a educação pública do nosso estado e do nosso país, e aí talvez daqui há alguns anos possamos colher os frutos de um melhor investimento em educação pública caso comece a se pensar em investir agora já que a economia do País vem crescendo a cada dia.